Acre aparece com menor taxa de desmatamento em oito anos, aponta Inpe
Por que o fogo passou a ter papel de destaque no desmatamento na Amazônia? Com 18,8 mil quilômetros quadrados (km²) de desmatamento acumulado em 2024, o Acre...
 
							Por que o fogo passou a ter papel de destaque no desmatamento na Amazônia? Com 18,8 mil quilômetros quadrados (km²) de desmatamento acumulado em 2024, o Acre teve queda na taxa por ano, que chegou a média de 325km² entre agosto do ano passado e julho deste ano. O índice representa uma redução de 27,6%, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (30). 📈 Os números são do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. Ele é diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que mostra os alertas mensais. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Considerando a Amazônia brasileira, esta taxa foi de 5.796 km². O número representa uma queda de 11% no índice de desmatamento com relação aos 12 meses anteriores, quando o desmatamento estava em 6.288 km². Floresta amazônica - Bujari/AC Victor Lebre/g1 O índice no Acre é o menor desde 2017, quando a taxa fechou em 257 km², ainda segundo o Inpe. O número é 73% menor que o ápice registrado na série histórica, que foi de 1.208 km² em 1995. Outro indicador que é possível observar no levantamento, é de que este foi o quarto ano seguido de queda em relação a 2021, que ficou em 889 km². LEIA MAIS Dia da Amazônia: conheça espécies da floresta na região do Acre Carta de Belém: professores do AC defendem inclusão de povos tradicionais na gestão ambiental 'Plano Amazônia': Força Nacional permanece no Acre por mais 90 dias Painel com especialistas e autoridades discute gestão eficiente de resíduos no Acre: ‘Gerar e propor soluções' Este cenário vem de uma sequência de quedas no desmatamento nos estados em que há vegetação amazônica. Somente o Mato Grosso teve aumento, com 26,05%. O Acre teve a quinta maior redução neste recorte. Veja: Tocantins: 62,5% Amapá: 48,15% Roraima: 37,39% Rondônia: 33,61% Acre: 27,62% Maranhão: 26,06 Amazonas: 16,93 Pará: 12,40% Cenário A taxa é a menor dos últimos 11 anos no bioma, e vem em uma sequência de quatro anos de queda. Veja o gráfico completo aqui. 🔴Os dados vêm acompanhada de um alerta. Pesquisadores identificaram um aumento expressivo da degradação florestal, processo em que a floresta perde cobertura vegetal de forma progressiva, sem chegar a ser totalmente derrubada. As taxas na Amazônia vinham crescendo desde 2015, mas tiveram um salto chegando a 13 mil km² em 2021. O índice só voltou a cair no último ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, com a marca de 11.594 km². O que explica a queda no desmatamento na visão do governo? Fiscalização: o número de operações subiu para 9.540 ações em um ano, com 4 mil autos de infração e mais de 3 mil fazendas embargadas. A repressão direta aos grandes desmatadores foi apontada como um dos fatores centrais. Crédito rural: o governo integrou o controle ambiental ao sistema financeiro, bloqueando R$ 6 bilhões em operações de crédito para produtores com histórico de desmate. Municípios engajados: nos municípios que aderiram ao programa federal de combate ao desmatamento, a queda chegou a 65,5%, em média, impulsionada por R$ 800 milhões em investimentos e pela criação de escritórios locais de meio ambiente. Tecnologia e monitoramento: o Inpe aprimorou o rastreamento das áreas prioritárias. O cruzamento entre alertas do Deter e análises do Prodes permitiu maior precisão na medição das taxas anuais. Ação coordenada: MMA destacou a atuação conjunta com Polícia Federal e Incra, fortalecendo investigações sobre grilagem e incêndios, além do uso de embargo remoto por imagens de satélite. Financiamento: a retomada do Fundo Amazônia, com R$ 3,6 bilhões aplicados em três anos e a adesão de oito países doadores, garantiu recursos para projetos de restauração e pagamento por serviços ambientais. Regras mais rígidas: a nova Resolução Conama 510/2025 e a taxonomia sustentável brasileira estabelecem critérios para distinguir o desmate legal do ilegal, criando parâmetros mais claros para a fiscalização. Aplicação do dobro de multas por crimes na Amazônia As ações de fiscalização contra o desmatamento na Amazônia aumentaram 80% nos últimos três anos, segundo dados do governo federal que comparam o período de 2023 a 2025 com o triênio anterior (2020 a 2022). 💵 O valor total das multas aplicadas subiu 63%, atingindo R$ 8 bilhões. As apreensões de bens e produtos ilegais somaram 12.219 ocorrências, crescimento de 42%. No total, foram realizadas 25.226 operações de fiscalização, contra 14.051 no período anterior. O número de autos de infração relacionados à flora também cresceu 81%, passando de 6.849 para 12.410 registros. VÍDEOS: g1